sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

o moinho

"O passeio ao moinho foi encantador. Era um recanto de natureza, digno de Corot, sobretudo á hora do meio - dia em que eles lá foram, com a frescura da verdura, a sombra recolhida das grandes árvores, e toda a sorte de murmúrios de água corrente, fugindo, reduzindo entre os musgos e as pedras, levando e espalhando no ar o frio da folhagem, da relva, por onde corriam cantado. O moinho era dum cena de ervas, imóvel sobre a gelada limpidez da água escura. Adrião achou-o digno duma cena de romace, ou, melhor, da morada duma fada. Maria da piedade não dizia nada, achando extraordinária aquela admiração pelo moinho abandonada do tio Costa. Como ela vinha um pouco cansada, sentaram-se numa escada desconjuntada de pedra, que mergulhava na água da represa os últimos degraus: e ali ficaram um momento calados,no encanto daquela frescura murmurosa, ouvindo as aves piarem nas ramas."

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